quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Fraqueza

A chuva vinha sempre no mesmo horário
Como mensageira, uma ave de agouro
Ela vinha para me despertar
Vinha dizer-me que não estava em casa.

Meu ombro dói, meu pulso dói
Não agüento mais atirar
Não agüento mais ser acordado com som de morte
E nem ter minhas orações entrecortadas com gritos distantes

Estupro, rapto , execução e tortura
Tenho medo de me tornar frio
Choro com saudades de minha família
Mas ninguém me ouve

Se me ouvir.Compreenderão
Na guerra o homem pode chorar
Aqui é permitido...
 Sem que isso seja considerado fraqueza.

Aperto uma foto contra o peito
Nela esta minha família
Nela meu pulso recupera a força
Deus me guarde...e me perdõe...
Estou pronto novamente.


David Mendes

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